quinta-feira, dezembro 29, 2005

Sabias que . . .



2005 não acaba á meia noite.
O último minuto deste ano vai ter 61 segundos.
Quando o relógio chegar às 23 horas, 59 minutos
e 59 segundos, terá ainda de fazer uma paragem
no segundo 60 e só depois chega ao segundo zero
de 2006. Apesar de vir baralhar as contagens
decrescentes para o Ano Novo, este é um acerto
necessário para fazer coincidir o tempo atómico
com o tempo de rotação da Terra. A primeira vez
que tal se fez foi a 30 de Junho de 1972 (os
acertos são feitos a meio ou no final do ano) mas
desde 1999 que não era preciso."Existem duas
escalas de tempo que são mantidas
independentes no nosso planeta", explica Rui
Agostinho, subdirector do Observatório
Astronómico de Lisboa, responsável pela hora
legal em Portugal. Uma é a escala do tempo solar
médio, "que está associada ao movimento de
rotação da Terra e que regula o dia e a noite".
A outra escala é o tempo atómico internacional,
conhecido como Tempo Universal Coordenado
(TUC), que não depende do Sol ou das estrelas
mas sim dos relógios atómicos, de grande
precisão, inventados em meados do século XX. A
medição do tempo atómico é essencial para as
comunicações de alta velocidade, efectuadas
pelos satélites, nomeadamente o GPS. A
monitorização do tempo atómico é feita pelo
IERS (Internacional Earth Rotation and
Reference Systems Service), sediado em Paris, e
é aí que se decide se é ou não necessário
acrescentar segundos nos nossos relógios."O
problema não está na escala do tempo atómico,
que é bastante constante e precisa. O problema
está na rotação da Terra", explica Rui Agostinho.
"A Terra tem vindo a fazer a sua rotação cada vez
mais lentamente. A taxa de perda é pequena, não
se sente no dia-a-dia, mas exige que de vez em
quando se faça um acerto entre as duas escalas."
Quando, em 1972, se definiu o TUC, adoptou-se
como referência a duração de uma rotação
terrestre em 1820, o que, desde logo, exigiu um
primeiro acerto. Desde então, já houve 21 acertos
- nunca foi preciso retirar segundos, mas essa
hipótese não está excluída. Rui Agostinho explica
se hoje, à meia-noite, acertarmos um relógio
atómico pela escala solar, ao fim de 24 horas
iremos constatar que o relógio está dois
milésimos de segundo adiantado. O que significa
que, ao fim de um ano, o relógio vai estar
aproximadamente 0,8 segundos adiantado.Isto
seria relativamente fácil de resolver se a Terra
não fosse tão caprichosa. "A verdade é que a
perda de rotação é oscilante, há anos em que se
atrasa mais, noutros atrasa-se menos", explica
Rui Agostinho. " A rotação está dependente da
estrutura do planeta e das acções gravíticas que
sofre. Por exemplo, a actividade sísmica pode
alterar a rotação da Terra." Ou seja é impossível
saber quando será necessário fazer um novo
acerto.

1 Comments:

Blogger lagarto said...

pah...amigo...exelente...sabia k haviam acertos, mas ñ sabia explicar como tu explicaste!mto bem seu poço de cultura!lol
abraço

03 janeiro, 2006 19:45  

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