Uma história de encantar e saborear

Ainda há histórias bonitas, e esta, é sem dúvida, uma dessas histórias . . . a origem dos famosos rebuçados Dr. Bayard. Um dia um jovem resolveu deixar a sua aldeia, perto da Guarda, e vir trabalhar para Lisboa, estávamos em plena segunda Guerra Mundial. Quando chegou a Lisboa, conseguiu arranjar trabalho numa pequena loja da baixa lisboeta, onde um dia conheceu um farmacêutico francês, que para fugir á guerra, tinha vindo viver para Portugal com a sua família. Eram tempos muito difíceis, ainda para mais num País que lhes era estranho, e como tal, viviam com muitas dificuldades. O jovem, conhecedor da situação em que eles viviam, foi aos poucos e poucos ajudando-os, dando-lhes, por vezes, mais comida do que o racionamento permitia, e com isto, tornando cada vez mais amigo daquela família, que um dia tinha resolvido deixar o seu País para fugir á guerra. Aquela, já era também a sua família. No final da guerra, decidiram regressar ao seu País, mas em sinal de agradecimento, por tudo o que aquele jovem português tinha feito para os ajudar, o farmacêutico entregou-lhe um papel com uma fórmula, que o jovem na altura não percebeu muito bem o que era, mas guardou-o religiosamente. Anos mais tarde, o jovem casou, e resolveu começar a fazer experiências, com a fórmula que o amigo farmacêutico lhe tinha dado anos antes. Essas experiências eram feitas na marquise, da pequena casa deste jovem casal, dessas experiências nasceram os famosos rebuçados Dr. bayard, consta que no dia do lançamento dos rebuçados, o jovem até teve de pedir roupa emprestada a um amigo para tirar a fotografia. O negócio foi crescendo, crescendo e hoje é o que se conhece, entretanto passou de pais para filhos e depois para os netos. Do farmacêutico francês, só se sabe, que vendeu a farmácia que tinha em Paris e depois perderam-lhe o rasto. No entanto, o seu amigo português, ainda hoje guarda o papel, que ele lhe foi entregue na despedida, e foi graças a esse papel que ele se tornou no que é, daí veio também o nome dos rebuçados, porque o farmacêutico chamava-se Dr. Bayard. O que um simples papel pode fazer . . .